segunda-feira, 26 de setembro de 2011


“O Brasileiro”
QUEM FOI MAURÍCIO DE NASSAU?

Paloma Oliveto
Da equipe do Correio
Era o ano de 1637. O Brasil, descoberto há quase um século e meio, ainda sofria com a falta de investimento da metrópole, Portugal, mais interessada em explorar os recursos naturais
da colônia do que em desenvolvê- la. No Nordeste, os engenhos produziam açúcar para serem vendidos na Europa. Éramos uma sociedade praticamente de analfabetos, com pouca produção cultural.


Aproveitando o pouco controle de Portugal sobre suas colônias, a Holanda, naquela época famosa por fazer excelentes negócios pelo mundo, resolveu invadir o Brasil. Isso já havia acontecido em outras duas ocasiões, mas os ntrusos
sempre foram expulsos. A inteligência, a firmeza e o carisma do holandês Johann Mortiz van Nassau-Siegen, mais conhecido como Maurício de Nassau, mudou, para sempre, o cenário de Pernambuco.

Nascido em Dillenburg em 17 de junho de 1604, Maurício era filho de um conde e de uma princesa. Tinha 12 irmãos do casamento anterior do pai. Aos 12 anos, estudou no Collegium Mauritianum, criado especialmente para filhos da nobreza protestante. Mais tarde, seguiu uma bem-sucedida carreira militar.

Nassau, porém, não era apenas um homem de armas. Ao contrário, admirava a arte e o convívio com artistas e escritores. Isso foi muito importante para o desenvolvimento cultural de Pernambuco. Ele chegou ao Brasil aos 33 anos de idade, como administrador da Companhia das Índias Ocidentais. O maior interesse da Holanda no Nordeste era a cana-de-açúcar.

Invasor, estrangeiro e protestante, Nassau pensou que seria repelido pelos brasileiros. Afinal, a colônia tinha forte influência católica. Não foi o que aconteceu. Com uma comitiva que incluía artistas, arquitetos e cientistas, ele fundou um observatório astronômico, um jardim botânico, além de incentivar a produção científica. Sem contar com o embelezamento de Recife e de Olinda. O povo, claro, adorou.
Quem também estava satisfeito eram os senhores de engenho, que conseguiram um bom empréstimo da Holanda. Mas o preço do produto caiu no mercado internacional e a Companhia das Índias resolveu cobrar tudo de uma vez e com juros altos. Nassau não ficou ao lado dos holandeses. Apelidado "o Brasileiro", entregou o cargo e voltou para a Europa, em 1641. Estava completamente em desacordo com a cobrança do empréstimo.

De volta à Holanda, escreveu um livro sobre seu governo em Pernambuco e foi promovido no Exército a General de Cavalaria. Em 1672, lutou contra o rei francês Luís XIV, em união com a Prússia. Morreu em 1679 sem nunca ter se casado.

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